sábado, 14 de abril de 2018

Após a morte somos tóxicos?

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  • Morrer é uma parte natural do ciclo da vida. A morte inicia um processo complexo pelo qual o corpo humano retorna gradualmente ao pó, por assim dizer. Na linguagem da análise forense, a decomposição transforma as estruturas biológicas em blocos de construção orgânicos e inorgânicos simples que as plantas e os animais podem usar.

Assim que uma pessoa morre e pára de respirar, as células do corpo deixam de receber oxigénio, porém as estruturas continuam vivas produzindo dióxido de carbono por alguns minutos. O CO2 atinge as células que, por sua vez, libertam enzimas que começam a digerir as células de dentro para fora. Esse processo dá origem a um líquido rico em nutrientes.
Após uma semana, esses nutrientes servem de alimento para uma enorme quantidade de bactérias e fungos que liquefazem os órgãos e músculos do cadáver. E é a partir daí que começamos a transformarmo-nos numa verdadeira fábrica de substâncias tóxicas.
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Fig.2 : Utilização do freon 
Os micro-organismos que atacam os tecidos são capazes de produzir mais de 400 compostos químicos, muitos deles gases. Entre eles está o freon, que é o gás usado na refrigeração de frigoríficos, sendo a base dos clorofluorcarbonetos (CFC's); o benzeno, um poderoso composto encontrado na gasolina; o enxofre, que tem um cheiro incómodo e bastante característico e o tetracloreto de carbono, que era usado em extintores de incêndio e lavagens a seco até os cientistas descobrirem que se tratava de uma substância extremamente tóxica.
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Fig.3: Utilização do benzeno




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Fig.5: Fórmula de estrutura do tetracloreto de carbono 

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Fig.4: Fórmula de estrutura do benzeno 

Nesse ponto da decomposição, a pequena quantidade de tecido que ainda resta no corpo é consumida por insetos, que deixam apenas os ossos para trás. Com o passar do tempo, a proteína presente nos ossos também se decompõe, resultando apenas em hidroxiapatita – um mineral ósseo que eventualmente se transforma em pó.
Apesar de tudo isto, talvez nos sirva de consolo saber que todos estes químicos e nutrientes servem para deixar o solo mais fértil e assim alimentar outras vidas que continuam depois da nossa ter chegado ao fim. 

Cátia Costa, nº7
Melissa Almeida, nº20
Sara Silva, nº26
Hiperligação: https://www.scientificamerican.com/article/dust-to-dust/?WT.mc_id=SA_sciamerican_meta

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